Percebi que estou com sangue na urina, como devo proceder?

A presença de sangue na urina é chamada hematúria e deve sempre ser avaliada com grande cuidado, especialmente quando essa hematúria é visível a olho nu (macroscópica). Você deve sempre contatar seu médico na presença de hematúria. As causas mais frequentes incluem cálculos do trato urinário, hiperplasia da próstata, infecções, mas também tumores de bexiga, ureter e rim. Normalmente, se o sangue é escurecido no início da micção (hematúria inicial), a origem da hematúria é prostática; se o sangue for observado mais no final da micção (hematúria terminal) é mais provável que seja de origem na bexiga, enquanto que se a urina estiver hematúrica desde o início até o final da micção, pensamos em uma hematúria de origem alta, ureteral ou renal. O paciente com hematúria é precisa ser avaliado com exames laboratoriais, citologia urinária, ultrassonografia do trato urinário, se necessário tomografia computadorizada e cistoscopia. A presença de um tumor do trato urinário deve ser sempre excluída antes de pensarmos em outros diagnósticos. O diagnostico mais temido é o de câncer de bexiga, nesses casos o urologista deve realizar de pronto a RTU de bexiga afim de retirar o tumor e definir o tipo e profundidade.

Enucleação com laser holmium

Atualmente podemos realizar retirada do tumor da bexiga em bloco com laser holmium, a chamada enucleação do tumor com laser. Semelhante a enucleação da próstata retiramos o tumor por completo pela sua base. Esse procedimento, por não usar energia elétrica, permite uma melhor análise do material pelo patologista, tem menor sangramento e melhor pós operatório.

Meu PSA está elevado: o que devo fazer?

O PSA (antígeno prostático específico) é o principal marcador do câncer de próstata. Hoje acredita-se que todos os homens com 45 anos ou mais devem testar o PSA uma vez por ano. A normalidade é tipicamente dependente da idade do indivíduo: abaixo dos 50 anos, um PSA inferior a 1 ng / ml é considerado normal. Entre 50 e 60 anos, um PSA inferior a 2 ng / ml é considerado normal e um PSA inferior a 3 ng / ml após 60 anos.

O PSA não deve ser avaliado isoladamente, devemos sempre considerar a sua relação com o PSA live, com o tamanho da próstata e também acompanhar as suas oscilações com o tempo.

O PSA pode subir acima dos limites não só relacionado ao câncer mas pode ocorrer devido a uma inflamação da próstata (prostatite) ou ao aumento benigno (hipertrofia prostática ou adenoma prostático). Por isso o urologista pode avaliar os diversos aspectos, principalmente avaliando o toque retal da próstata e se necessário uma ressonância magnética multiparamétrica. Se a suspeita de câncer de próstata persistir após avaliação completa é necessário realizar uma biópsia de próstata.

O que é biópsia da próstata?

Indicação

A biopsia de próstata deve ser realizada apenas na suspeita de câncer de próstata. Essa suspeita é baseada no toque retal, no PSA e mais recentemente na ressonância nuclear magnética multiparamétrica, além de outras ferramentas com o PCA3, PHI e 4K.

Como é feita

A biópsia da próstata envolve a execução de uma série de exames no tecido da própria próstata para excluir a presença de um tumor. Pode ser realizado sob orientação ultrassonográfica transretal e mais recentemente via perineal e utilizamos sempre anestesia geral para maior conforto do paciente.

A biopsia da próstata feita por via perineal, sem a necessidade da agulha atravessar o reto, o que diminui a chance de infecção e sangramento retal.

É importante que pelo menos 14 amostras de próstata sejam realizadas para garantir que um “mapeamento” completo da próstata seja alcançado. O número de fragmentos também depende do volume prostático: quanto maior a próstata, maior o número de fragmentos necessários. Também é importante realizar uma profilaxia antibiótica antes e após a biopsia. O procedimento é quase sempre realizado como um procedimento ambulatorial, com exceções, como para pacientes em uso de terapia anticoagulante e para aqueles que com muitas comorbidades. Nos últimos casos, os pacientes permanecem no hospital por um dia. É o exame que revelará se o paciente tem câncer de próstata ou não, além de fornecer informações sobre o risco do tumor para definir o tratamento. Por isso, tanto a biopsia quanto a analise patológica dever ser realizada por equipe experiente.

Eu tenho um aumento da próstata sem sinais de câncer: o que devo fazer?

Apenas um aumento da próstata sem sintomas não é indicação de qualquer tratamento. Quando esse aumento está associado a sintomas iniciamos tratamento medicamentoso. Os sintomas mais comuns são a redução da força do jato urinário, a necessidade de urinar mais vezes, o gotejamento no final da micção e a incapacidade de esvaziar completamente a bexiga no final da micção. Caso o paciente não tenha melhora com as medicações ou tenha efeitos adversos (principalmente sexuais) ou os exames mostram sofrimento da bexiga, cálculos, resíduo elevado e outros sinais de obstrução grave devemos pensar em cirurgia. O aumento da próstata tem indicação cirúrgica no paciente que se queixa de distúrbios urinários obstrutivos e os exames mostram que esses sintomas são devidos a obstrução urinaria causada pela próstata. No entanto, tenha em mente que muitas vezes o paciente não se queixa de grandes desordens, mesmo na presença de uma grande próstata obstrutiva. O urologista pode, nesses casos, esclarecer a real condição clínica do paciente com alguns exames, principalmente ultrassonografia e exame urodinâmico completo para poder tratar antes que os sintomas piorem muito.

Em que consiste o tratamento com laser para próstata?

Os laseres em próstata surgiram para aperfeiçoar o tratamento da hiperplasia da próstata que sempre foi feita com a RTU de próstata. Com os laser obtém-se melhor pós operatório, menor tempo de internação e menor sangramento, podendo ser utilizado inclusive em pacientes que usam anticoagulantes.

Diferentes tipos de laser – HoLEP vs GreenLight

O tratamento a laser é indicado para o paciente com um aumento benigno da próstata que causa uma obstrução urinária que não responde à terapia médica.
Até o momento, duas técnicas estão disponíveis: lasers de luz verde (GreenLight) e lasers de holmium (HoLEP). Ambos os procedimentos são realizados sem cortes no abdome, mas via transuretral. O laser de luz verde reduz o tamanho da próstata vaporizando parcialmente o tecido. Com o GreenLight quase nunca é possível remover completamente a parte interna da próstata que causa a obstrução. Assim, pode acontecer que esse tipo de laser, especialmente se usado em casos de próstata grandes, resolva o problema apenas temporariamente e que depois o paciente seja forçado a recorrer novamente à medicação ou cirurgia. Um segundo limite é que o exame histológico do tecido prostático não é realizado porque é vaporizado e, portanto, não pode ser analisado.

A enucleação da próstata – HoLEP

A cirurgia com laser de holmium chamada HoLEP (Holmium Laser Enucleation of Prostate) é a solução ideal, pois permite remover completamente a parte da próstata obstrutiva (adenoma da próstata) eliminando o risco de uma nova cirurgia com o tempo. A próstata removida também é examinada no exame histológico e isso permite identificar quaisquer casos de câncer de próstata oculto. O Dr Alexandre Iscaife é especialista no laser HoLEP, com mais de 500 casos realizados, com experiência em todos tamanhos de próstatas, já tendo operado próstatas de até 360g por com essa técnica (HoLEP). Para maiores detalhes sobre essa cirurgia favor ver link deste site: “O laser em próstata: A enucleação da próstata com holmium laser – HoLEP